O Festival É Tudo Verdade divulgou neste sábado, 15, a lista de selecionados para sua 30ª
edição, com presença da nova coprodução entre Globo Filmes e GloboNews: “Mundurukuyü - A Floresta das Mulheres Peixe”. O filme realizado por mulheres da aldeia Sawre Muybu terá sua premiére na mostra competitiva do evento, que é considerado um dos principais festivais de documentário da América Latina e classifica seus vencedores para concorrer a uma vaga nas categorias de Melhor Documentário do Oscar. Neste ano, o É Tudo Verdade acontece de 3 a 13 de abril no Rio de Janeiro e em São Paulo.
“Mundurukuy” tem produção da Pindorama Filmes e foi dirigido pelo coletivo audiovisual
munduruku Daje Kapap Eypi, composto pelas diretoras Aldira Akay, Beka Munduruku e
Rilcélia Akay, que também assinam o roteiro, ao lado de Estêvão Ciavatta. A narrativa se
passa nas margens do rio Tapajós, no Pará. A floresta das mulheres peixe espelha a
mitologia Munduruku, onde humanos, na origem do mundo, se transformaram em floresta,
plantas e animais. As mulheres peixes usam câmeras de cinema para proteger a Amazônia
das forças que destroem a floresta.
Carta das diretoras
Para nós, diretoras, é importante estar fazendo este filme porque estamos contando a
história que antigamente era contada oralmente, e hoje a gente conta através de
documentários. Estamos sempre acompanhando a evolução da tecnologia, nós como jovens
indígenas, e usando estas ferramentas de forma favorável para nós. Documentários com
histórias, falando sobre a luta do povo Munduruku, sobre as invasões que acontecem
dentro do território, como uma forma de levar a nossa voz para fora. O filme
MUNDURUKUYÜ - a floresta das mulheres peixe é muito importante para a gente valorizar as nossas histórias, os nossos conhecimentos através de um filme e isso é muito legal porque a gente pode levar nossa história para outros lugares. Uma imagem, uma voz, que pode ser ouvida em outros cantos, não como antigamente como a gente poderia sentar e
ouvir...que também é muito bom, mas hoje em dia isso é muito difícil de acontecer e a
gente tenta acompanhar isso de alguma forma, então o filme tem esta importância de
valorização da nossa cultura e da nossa história, que ainda continua muito viva apesar de
muitos anos de invasão, de destruição dentro do território. A gente ainda não perdeu a
nossa língua, nossas histórias, nossos lugares sagrados, e a gente continua resistindo.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Aldira Akay, Beka Munduruku, Rilcélia Akay
Roteiro: Aldira Akay, Beka Munduruku, Estêvão Ciavatta, Rilcélia Akay
Produção: Estêvão Ciavatta
Produção Executiva: Renata Carpenter, Carolina Ribas
Fotografia e câmera: Carlos Araió Nascimento
Edição: Luana Bazhuni
Arte: Nelson Porto
Consultoria: Honésio Munduruku
Produtora: Pindorama Filmes
Coprodução: Daje Kapap Eypi, Globo Filmes, GloboNews
Duração: 72 minutos
Ano: 2024
País de produção: Brasil
SINOPSE
Nas margens do Tapajós, no Pará, a floresta das mulheres peixe espelha a mitologia
Munduruku, onde humanos, na origem do mundo, se transformaram em floresta, plantas e
animais. No dia-a-dia da aldeia Sawre Muybu, os espíritos da floresta não são apenas forças
espirituais ancestrais, mas parte da família.
SOBRE COPRODUÇÕES GLOBO FILMES GLOBONEWS
Globo Filmes e GloboNews assinam juntas a coprodução de mais de 100 documentários.
São projetos artisticamente contundentes, diversos, atuais e que geram debates essenciais
pra sociedade brasileira. Com linguagens e olhares que atravessam tempos e fronteiras, a
parceria já alcançou mais de 15 milhões de pessoas em audiência e esteve em mais de 300
festivais no Brasil e no mundo, como Cannes, Hot Docs e IDFA, maior festival de docs do
mundo. E ganhou prêmios em Veneza, na Berlinale e no É Tudo Verdade (ÉTV), maior
festival de documentários do Brasil, que habilita o filme para o Oscar. Alguns destaques:
"Sinfonia de um homem comum", de José Joffily (único brasileiro na mostra Frontlight do IDFA 2022, exibido no Hot Docs e Menção Honrosa do ÉTV 2022); ;Marinheiro das Montanhas", Karim Aïnouz (aplaudido de pé por 15 minutos no Festival de Cannes 2021); Espero tua (Re)volta", de Eliza Capai (vencedor de dois prêmios no Festival de Berlim
2019); “Menino 23”, de Belisário Franca (pré-lista do Oscar 2017); “Babenco - Alguém tem
que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz (Melhor Documentário sobre cinema
da Venice Classics no Festival de Veneza 2019); “Libelu – Abaixo a Ditadura”, de Diógenes
Muniz (vencedor ÉTV 2020); “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil (vencedor do ÉTV 2019).
SOBRE A PINDORAMA
Desde 2000, a Pindorama é uma empresa de comunicação especializada na criação e
produção de conteúdo audiovisual e conquistou o reconhecimento através da qualidade e
da repercussão de seus trabalhos. Referência em questões socioambientais, a Pindorama é
a primeira empresa Carbono Neutro do audiovisual brasileiro, tendo plantado desde 2007
mais de 33 mil árvores para compensar o carbono emitidos em todas as suas produções.
Entre os principais trabalhos da produtora estão a campanha JATOBÁ – ÁRVORE REFUGIADA
– Leão de Ouro Cannes 2022 e Prêmio El Ojo; o longa-metragem AMAZÔNIA SOCIEDADE
ANÔNIMA – One World Media Awards; as séries de ficção SANTOS DUMONT – Telly Awards
categorias Entretenimento e Cinematografia, e PREAMAR, seleção oficial FIPA – Biarritz,
França, ambas para a HBO; a série CENTRAL DA PERIFERIA, filmada no Brasil, Angola,
Moçambique, França e México, e exibida no programa Fantástico da TV Globo; a série UM
PÉ DE QUÊ?, com mais de 140 episódios filmados em todas as regiões do Brasil, além de
África, Europa e Japão, hoje o maior acervo audiovisual do mundo